O chefe de Governo de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, afirma que cortes drásticos no programa Millennium Challenge Corporation (MCC) afectam directamente o terceiro compacto de desenvolvimento prometido a Cabo Verde. Uma medida que segundo Ulisses Correia e Silva vai impulsionar Cabo Verde à procura de outras alternativas de financiamento para dar seguimento aos projectos que seriam beneficiados com este compacto.
“É uma decisão soberana do governo americano e da administração Trump. Já havia indicações de que um conjunto de medidas iriam ser tomadas relativamente ao corte de despesas, do funcionamento da administração americana. Isso acaba por atingir também instituições que trabalham e operam na área de ajuda pública ao desenvolvimento, como o MCC. Nós temos que respeitar aquilo que é decisão do governo norte-americano, na perspectiva de que os projetos que estavam em ideia ainda de preparação – porque nós não estávamos na fase de aprovação de projectos – serão seguramente continuados com a mesma preferência estratégica, procurando outras fontes de financiamento. Não desistimos daquilo que é estruturante para o desenvolvimento de Cabo Verde. Se não for através do MCC, será através de outras instituições e outras fontes de financiamento”, afirmou o primeiro-ministro, este fim de semana, na ilha de São Vicente, à margem do arranque das celebrações dos 50 anos da independência de Cabo Verde.
Ulisses Correia e Silva disse que “os Estados Unidos continuam a ser um parceiro de referência importante para Cabo Verde”, mas perante a decisão tomada se vai “à procura de outras alternativas para o desenvolvimento do país”.
Cabo Verde é um dos poucos países contemplados, pela terceira vez, com um financiamento do Millennium Challenge Corporation, sendo que, nas duas primeiras ocasiões, em 2005 e 2012, foram contemplados um conjunto de investimentos em infraestruturas portuárias e no abastecimento de água e saneamento, num total de 176 milhões de dólares.